quinta-feira, 30 de abril de 2009

"Amor, eu quando penso", Miguel de Cervantes

Amor,eu quando penso
no mal que tu me dás,terrivel,forte,
alegre corro à morte,
para assim acabar meu mal imenso.

Mas quando chego ao passo,
que é meu porto no mar desta agonia,
sinto tal alegria
que a vida se revolta e não o passo.

Assi o viver me mata,
pois que a morte me torna a dar a vida!
Condição nunca ouvida,
a que comigo vida e morte trata!

Cervantes, Miguel de - D. Quixote de La Mancha. Lisboa: Público, 2004, p.768

Recolha de Paulo Ferreira

*Obra do acervo da Biblioteca desta escola

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